**O QUE É ESSA TAL REVOLUÇÃO? O CASO DA LUTA CAMPESINA NO MARANHÃO – JOÃO CARVALHO**
Uma onda de revolta e resistência toma conta do Maranhão, onde a luta pela terra se intensifica em meio a um cenário de violência e injustiça. Em 2024, o estado registrou alarmantes 420 conflitos agrários, representando quase 24% do total no Brasil, com um aumento significativo de assassinatos de camponeses. Essa realidade brutal é um reflexo da grilagem sistemática que, desde a década de 70, tem devastado comunidades tradicionais, expulsando famílias que vivem há gerações em suas terras.
O clima de tensão é palpável: pistoleiros, muitas vezes protegidos pela polícia, atacam comunidades camponesas, enquanto o judiciário se mostra cúmplice, alterando depoimentos e ignorando a ilegalidade das invasões. Um caso emblemático é o de Antônio Fernandes, um camponês preso injustamente após um ataque miliciano, que finalmente conseguiu liberdade, mas sob severas restrições.
A organização se torna a única resposta viável para esses ataques. A União das Comunidades em Luta (UCL), fundada em 2023, surge como uma esperança, unindo diferentes comunidades para lutar contra a opressão. Com apoio de grupos como a Abrapo e o Consolut, os camponeses começam a se proteger e a reivindicar seus direitos. A luta é desigual, mas a determinação de resistir é inabalável.
Com um passado de grilagem institucionalizada e uma estrutura de poder corrompida, a situação no Maranhão é um grito desesperado por justiça. Os camponeses não apenas precisam de terra; eles exigem dignidade, respeito e a chance de viver sem medo. A revolução que se forma nas comunidades é mais do que uma luta por terra; é uma batalha pela própria vida. O Maranhão vive um momento decisivo, e a resistência camponesa pode ser a chave para um futuro mais justo.