A trágica partida da atriz Aricle Peres, uma das figuras mais icônicas da dramaturgia brasileira, abalou o país nesta manhã. Encontrada sem vida em seu apartamento em São Paulo, a artista de 62 anos deixou um legado de talento e uma sombra de dor que poucos conheciam. A suspeita inicial aponta para suicídio, relacionado a uma profunda depressão que a acompanhava em silêncio.
Aricle, nascida em Campinas em 7 de setembro de 1943, conquistou o coração do público com performances memoráveis em mais de 40 peças e diversas novelas. Sua estreia na TV foi em 1976, mas foi na Rede Globo que se tornou um rosto familiar, eternizando personagens como a carismática Elisinha Jordão em “Anjo Mal”. Sua carreira, marcada por colaborações com grandes nomes do teatro, como Bibi Ferreira e Flávio Rangel, foi uma celebração à arte, mas também escondeu uma luta interna que poucos perceberam.
A última aparição da atriz foi na minissérie “JK”, onde interpretou Dona Júlia, um papel que, tragicamente, culminou em sua morte na trama. Aricle foi encontrada dois dias após a exibição do último episódio, deixando um bilhete para o porteiro com contatos de familiares. Amigos do meio artístico, incluindo Sérgio Mambert e Denise Delvequio, se reuniram para prestar suas últimas homenagens no cemitério de Morumbi, refletindo a dor coletiva pela perda de uma artista tão querida.
A notícia chocante serve como um lembrete da fragilidade da vida e da importância de discutir a saúde mental. Aricle Peres pode ter partido, mas seu brilho e sua contribuição à arte brasileira permanecerão eternos. Que sua história inspire uma conversa necessária sobre as batalhas invisíveis que muitos enfrentam.